CEO de empresa centenária dá à família dinheiro ao invés de poder
- Gustavo Sette
- 7 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Está interessante observar os movimentos sucessórios das grandes marcas europeias ligadas ao luxo. Pelo visto, as famílias querem evitar clichês como a Gucci e tantas outras: a família briga, quebra e a marca é comprada a preço de banana por um dos 3 grandes grupos que consolidam essas empresas.
O Financial Times trouxe o caso da Puig, uma multinacional espanhola de moda e fragrâncias, especializada em perfumes de luxo, cosméticos e moda (Carolina Herrera, Paco Rabanne, Jean Paul Gaultier e Nina Ricci, entre outras).
A empresa abriu capital após 110 anos de sua fundação em um movimento do neto do fundador, Marc Puig, o que evidencia sua escolha sucessória: tirar a família dos papéis executivos.
Ele reconhece os desafios enfrentados pelas empresas familiares durante a transição entre gerações, incluindo a busca por liderança, falta de compreensão e perda de paixão.
Para evitar esses desafios, Puig implementou o que ele chama de "auto-desempoderamento" familiar, uma estratégia que limita a influência da família na empresa e promove a entrada de investidores externos para fornecer escrutínio e orientação adicionais.
Quanto à sucessão, Puig anunciou que a quarta geração da família, incluindo seus próprios filhos, não terá um papel de liderança na empresa, a menos que passem por rigorosos processos de seleção. Essa abordagem destaca seu compromisso com a meritocracia e a profissionalização da gestão, garantindo que a empresa seja liderada pelos indivíduos mais qualificados, independentemente de seu sobrenome.
A mim, parece uma escolha acertada e realista. A família fica de fora da gestão, mas recebe dividendos e pode atuar na governança. E se algum sucessor quiser muito atuar na empresa, que passe pela maratona seletiva que uma empresa profissionalizada exige.
Outra lição do caso é que cada família precisa encontrar um desenho sucessório possível dentro de sua realidade, não existe metodologia ou sucessão que sirva para todos.
Financial Times, 04/5/24

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