Charlie Munger: incríveis lições de um "coadjuvante brilhante"
- Gustavo Sette
- 29 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de fev. de 2024
Charlie Munger morreu ontem aos 99 anos e deixou um baita legado de ensinamentos sobre carreira e investimentos.
Ao longo de muitos anos, acompanhei as convenções anuais da Berkshire, em que ele, ao lado de Warren Buffett, respondia a perguntas de investidores por horas a fio, revelando uma notável clareza, sinceridade e pragmatismo.
Sem falar na resiliência e no respeito ao cliente. Dois senhores bilionários e quase centenários, mas ali, atendendo cara a cara os seus investidores.
Abaixo, algumas boas reflexões e pensamentos.
É possível brilhar como coadjuvante.
Muitos sucessores e executivos sofrem com a ideia de ser coadjuvante, de ser o número dois. De ser o segundo piloto da escuderia, ou de ser o cara que dá o passe para o atacante fazer o gol.
Sempre vi Charlie Munger como um exemplo de um coadjuvante não ressentido por ser coadjuvante. Montou a empresa com Warren Buffett, contribuiu para o sucesso gigantesco do negócio, mas sempre foi tratado como o "zero dois". Sua frase mais famosa foi repetida nas memoráveis conferências da dupla aos acionistas Depois que Buffett falava algo, ele passava a palavra a Munger, que dizia, “não tenho nada a acrescentar”.
Já vi sucessores e mesmo executivos trabalhando com líderes muito competentes, mas o fato de não ser o número um causava uma insatisfação que, se fosse tratada, ajudaria muito.
Algumas frases memoráveis:
"O dinheiro pesado não se ganha na escolha, na compra e nem na venda, mas sim na espera".
"Não acredite tanto nos números e análises... Pessoas passam muito tempo calculando e pouco tempo pensando".
"É notável a quantidade de vantagens a longo prazo que pessoas como nós obtiveram ao tentarem ser consistentemente não estúpidas, em vez de tentarem ser muito inteligentes".
E o ensinamento mais significativo para mim:
“Assim como Warren, eu tinha uma paixão considerável por enriquecer, não porque eu queria Ferraris, mas porque eu queria independência. Eu a desejava desesperadamente."
Esse sim, deixou um grande legado, e será difícil chegar a abril e, pela primeira vez, nao ter a aula anual da dupla Buffett e Munger.
Pensando em Munger como um coadjuvante realizado, remeto a uma pergunta que costumo fazer a mentorados: dá para ser um "segundo piloto" feliz?

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