Grifes italianas: já tem comprador esperando a sucessão não planejada (excelente matéria)
- Gustavo Sette
- 3 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Ótima matéria do Valor na semana passada trouxe um panorama dos problemas de sucessão nas grifes italianas. O país concentra 78% da indústria mundial da moda.
Alguns aspectos interessantes:
Algumas marcas, como a Prada, criaram planos estruturados de sucessão, mas a imensa maioria segue a cartilha do fundador narcisista e controlador.
O caso mais interessante é da dupla Dolce Gabbana. Os fundadores, Domenico Dolce e Stafano Gabbana, tinham planejado FECHAR a empresa antes de morrer para a marca não ser tocada por outros estilistas, mas recentemente eles aceitaram deixar para a família.
Apesar de muitos fundadores se aclamarem essenciais, especialistas dão mais importância ao diretor de criação do momento. Se a empresa conseguir bons criadores, é possível reinterpretar o legado de cada marca. Em outras palavras: se a empresa fizer boas coleções, dá para precificar a tradição, mas a tradição sozinha não garante o sucesso.
Há dois grupos franceses especializados em comprar marcas de luxo de empresas que perderam o fundador e não tinham um plano: o grupo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton já comprou SETENTA marcas e concorre com o grupo Kering, que comprou a Gucci, Balenciaga, Chloé, Saint Laurent e várias outras. Fundador morreu e a família não tem um plano? Um dos dois compra.
A matéria menciona a dificuldade dos italianos em manter a tradição do “Made in Italy”. O país é o berço da moda mundial, mas suas empresas não planejam a continuidade e não existem fundos italianos que investem no próprio país. Tudo vai parar na França ou na Ásia.
Excelente a matéria e a reflexão. Pegue o exemplo de Giorgio Armani, que aos 88 anos ainda é CEO e diretor criativo. Se ele morrer amanhã, o futuro da Armani está garantido pelo que ele construiu em vida?
Valor Econômico, 27/6/2023.

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