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O que não se fala sobre empresas centenárias

  • Gustavo Sette
  • 29 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

O Valor fez ontem uma extensa matéria sobre empresas com mais de 100 anos. Esse é um tema comum em congressos e livros de empresas familiares e sempre levanto questionamentos. 


1) Será realmente tão especial trabalhar ou pertencer a uma empresa centenária? Tenho minhas dúvidas. Vejo muita dor e ressentimento em famílias de empresas antigas, com muitos herdeiros presos a uma história da qual não podem participar. 


2) O Viés do Sobrevivente na Romantização das Centenárias


Vemos afirmações como “toda empresa centenária soube se reinventar” ou “gerenciar crises”. Porém, esse é o clássico "viés do sobrevivente" 📈. Será que todas as empresas que se reinventaram sobreviveram? Assim como campeões mundiais treinam muito, muitos empreendedores de sucesso correm riscos – mas focamos apenas nos que triunfaram.


3) O Que Explica Essa Longevidade?


Alguns fatores que considero cruciais:


Rentabilidade e Geração de Caixa: Empresas centenárias precisam ser rentáveis e muitas vezes são protegidas por monopólios (o artigo cita os Correios e a Casa da Moeda) 💰.


Governança Sólida: são famílias que enfrentaram as difíceis conversas sobre governança e sucessão e criaram modelos que blindam a empresa daquele sucessor muito ousado que quer mudar tudo para "deixar uma marca" (a marca é a continuidade, não um indivíduo)🛡️. 


Crescimento Moderado: Empresas que optam por um ritmo de crescimento baixo a moderado, focando na continuidade, pois empresa geralmente quebra crescendo 🐢.


Acaso e Sorte: O fator mais inconveniente, mas inegável, é a sorte 🍀.



4) A parte mais aplicável da matéria é a entrevista com o Renato Bernhoeft, da qual destaco o trecho em que ele observa que um dos grandes erros das empresas familiares é quando o fundador indica o sucessor. A liderança não pode ser baseada apenas na preferência do fundador. Concordo plenamente, mas não vejo isso mudando tão cedo. 


Encerro com duas provocações: 


Faz sentido para toda empresa familiar sonhar com os 100 anos? 


Qual o papel da sorte e do acaso nas que conseguiram essa marca? 





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